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Era uma miuda acanhada e receosa por tudo que pensava. Sim miuda porque o era, e tudo que pensava porque era tão irritavelmente acanhada, que se fosse hoje, batia-me! Limitei-me aos poucos, soltar um bocado a "franga", ser mais sorridente, faladora, engraçada (nem que fosse com pidas secas), porque na verdade eu sentia-me de parte e faltava-me atenção. E confesso que foi assim que as pessoas começaram a conhecer-me e gostar mais de mim.
No entanto, como em março de 2013 fui para uma cidade diferente, conhecer pessoas diferentes, ser "chacota" de pura brincadeira por causa da minha pronuncia, fez-me sentir bem. Cresci, e mudei muitas coisas em mim que queria mudar há muito tempo, mas nunca deixei de ser a mesma. Na verdade, uma das coisas que precisava de mudar era "responder à letra quando existe alguma ameaça diretamente a mim" e foi na cidade diferente que me virei rebelde nesse aspecto. Deixei de ser a miuda que apenas pensava, como agora digo o que penso. Quando a turma está insuportável digo que são umas chatas do pior e estou farta de aturá-las, que a minha sobrinha de 2 anos é mais fácil de aturar, que seres mais velhas que eu - 24 anos - são tão infantis como seres de 15 (sem ofensa meus amores). Passei de uma miuda inocente para uma cabra que vai para o inferno com direito a uma poltrona. E na verdade, não me sinto nada mal com isto. Ninguém tem noção o quanto chorava, deprimia e me sentia mal quando não era capaz de dizer "não" a alguém, ou quando uma coisa que não achava certa, comia e calava. Agora passo-me da marmita de vez em quando, mas acredito que haja mais malucos que eu à face do Sistema Solar. Gosto de ser assim, e sinto-me melhor. Nunca faltei o respeito e nunca fui mal educada. E mais importante, nunca deixei de ser quem sou!